Já escrevi sobre esse tema aqui, mas o ócio dos néscios e a falácia das autoridades são bons negócios!
Prontuário é coisa séria! Seria...?!!!
Eu não queria ter me lembrado disso, mas ao ver uma proposta de pesquisa de amigo meu e conterrâneo, aí não teve jeito, o trem veio à tona com força feito uma avalanche.
Um computador é uma máquina que pode ser muito útil, até mesmo no atendimento feito aos cidadãos/contribuintes da rede hospitalar desse país. E desse estado também.
Mas, veja só essa situação...
Meu coração funciona com a ajuda de um marca-passo. Esse pequeno aparelho é uma espécie de minicomputador. Ele libera os sinais elétricos nos momentos certos, e isso anula a fibrilação atrial. E assim meu coração bate sem muita complicação. Basta tomar os medicamentos para controlar a pressão e fortalecer o coração, aí eu aguento o tranco.
Uma vez que o marca-passo funciona com uma bateria, eu preciso ir a um hospital ou clínica para fazer a verificação do funcionamento desse computadorzinho e da carga de eletricidade que há em sua bateria. Isso não dói nadinha.
Mas, há uma coisa que dói muito. O atendimento dispensado é, às vezes, desumano. Vi gente de mais de NOVENTA anos nos corredores da Fundação para ter a medição do seu marca-passo tendo que esperar muito tempo para ser atendido.
Os registros sobre os pacientes, que comumente são chamados de prontuários, ainda continuam - quando são encontrados - em folha de papel. Eu não sei sobre os outros, mas o meu prontuário, de atendimentos anteriores, com as informações sobre o meu estado de saúde e o meu aparelhinho, sumiu. O médico lamentou, se desculpou, e outro prontuário foi aberto e as novas informações foram inseridas com esses dados sanitários e do marca-passo. Antes de deixar o consultório, fui convidado a participar de uma pesquisa sobre pacientes cardiopatas, e aceitei. Em menos de mês, fui lá novamente, à Fundação para participar da pesquisa. Mas, de acordo com a Lei de Murphy, se você passar a manteiga em lado da fatia de pão e essa pedaço escapar da sua mão, pode ter certeza que o lado com a manteiga vai cair tocando no chão. É algo mais ou menos assim, quando algo tem que dar errado, não tem jeito vai dar errado. E para a minha surpresa: meu novo prontuário tinha sido extraviado também. Só via gente correndo pra lá e pra cá. Algumas atendentes diziam: não se preocupe, o senhor vai ser atendido. O coração aguenta, mas o sangue ferve e o cérebro não suporta. Fui conversar com alguém responsável pelo registro e nada de resolver. Prontuário que é bom, nada! Não resisti a essa falta de respeito, e pelo avançado da hora, desisti do atendimento. Bertolt Brecht chamava esse tipo de gente de "insensíveis". Talvez, ele esteve certo durante muito tempo, mas pra mim, outros adjetivos de carga semântica semelhante podem ser adicionados também.
O interessante é que eu não recebi uma ligação posterior da Fundação, nem da médica porque provavelmente nem sabe que o meu prontuário sumiu e que deve talvez imaginar que eu não fui atendido por vontade própria de desistir. Mas, não foi... Nem Secretária de Saúde, ninguém se dignou a tomar uma providência até porque eu já escrevi antes sobre esse fato.
Descartes me ajuda às vezes com o seu "Cogito, ergo sum!". E tenho que complementar com Waldik Soriano, "Eu não sou cachorro não!"
Um computador que recebesse as informações dos pacientes e armazenasse no seu disco rígido, e depois enviasse isso para uma base dados da Secretaria de Saúde, seria muito útil. O prontuário de papel poderia té sumir. Mas, os dados no computador permaneceria seguros. Será que eu preciso pedir ajuda à OMS, à OEA, à ONU, à ANVISA?! Ao Ministério da Saúde? Então, lá vai. Olha aí pessoal dessas entidades, o atendimento está deixando a desejar. Cobrem dessas autoridades mais respeito, e se for preciso, façam a doação de computadores para agilizar e melhorar o atendimento aos pacientes que precisam de atendimento de saúde.
Essas coisas me deixam tristes e às vezes "Eu me sinto uma mola encolhida" lembrando Lulu Santos. Mas, como eu não tenho dinheiro e nem faço parte do grupo dos "aloprados", eu não posso ir para aatendimento no Sírio Libanês. Ah, se eu pudesse!
Vai que a Quina de São João sai pra mim!