terça-feira, 25 de junho de 2013

ALQUIMIA DA ESPERANÇA E AS MASSAS

ALQUIMIA DA ESPERANÇA E AS MASSAS.

"Um pouco de fermento altera toda a massa." Gálatas 5:9.

As invenções e descobertas humanas se convertem em produtos e serviços que podem trazer bons e maus resultados para alguns ou para todos os seres humanos. O momento que tais resultados também são disponibilizados é algo que também carece observação.

Muitas invenções são universais e servem realmente a todos. Outras são típicas de um povo ou região e são aplicáveis especificamente àquela localidade e/ou população.

A roda é um exemplo de invenção universalizada. Ela é, na verdade, uma adaptação de elementos naturais que já existiam e que o homem soube aproveitar e desenvolver sua utilização.

A meu ver, a invenção humana mais importante é a palavra. A transformação de sons produzidos, pela boca ou não, e convertidos em códigos específicos, faz com que tenha sido possível iniciar e acabar qualquer coisa, ser, história, apenas com enunciação de uma palavra ou comando. A palavra é a invenção, mais poderosa já criada pelo homem.

A palavra pode ser de uso universal, mas há outras que são de uso local. Por exemplo, a palavra “internet” é atualmente um vocábulo de uso global. Todavia, a palavra “vipe” é um verbete que só tem valor comunicativo e significado para os falantes de Cruzeiro do Sul, no Acre, e para as comunidades adjacentes.

Algumas invenções são efêmeras e não vigam, outras são perenes e durarão para sempre. Umas servem para dar a vida, outras para tirar a vida. Algumas dão ao usuário a possibilidade de se manter vivo por tempo, outras têm a capacidade de tirar milhares, ou até milhões, de vida em questão segundo.

Algumas pessoas inventam alguns produtos e por essa razão chegam a ficar ricas com muito dinheiro. Outras sabem que suas invenções ou serviços são utilizados por muitas pessoas e não recebem um único centavo por conta da sua criação. O exemplo da primeira citada parte é o programa “Windows” da Microsoft. Apesar de muitas cópias estarem em funcionamento em milhões de computadores mundo a fora, a Empresa vende o produto e enriquece com a venda dos mesmos. Um exemplo da segunda parte aqui é, por exemplo, o e-mail. Um serviço de troca de mensagens estáticas que foi criado por um profissional do sistema ARPA, e não recebe um tostão sequer por cada conta de e-mail criada.
        A roda é uma das invenções mais antigas e úteis. Outra invenção que é muito importante para a história humana é a pólvora. Com ela, o ser humano conseguiu realizar muitas mudanças no seu comportamento, e na vida dos outros seres.
        A pólvora foi inventada pelos alquimistas taoistas da China. De acordo como o portal do Discovery Channel Brasil, os alquimistas tentavam descobrir algum produto que fosse capaz de fazer o homem viver mais e melhor. As tentativas iam ocorrendo e junto com elas reações químicas aconteciam e sem querer também geravam algumas explosões. A pólvora foi uma destas descobertas que causaram um impacto muito grande na vida das pessoas. A união de enxofre, salitre, e carvão escuro produziram um composto de grande poder explosivo.
        A pólvora se difundiu pela Ásia, pelo Oriente Médio, e pelo restante do mundo como um todo. Ela, por ser um elemento explosivo, causou muitas mortes de algumas pessoas, mas ao mesmo tempo, fez com que outras comunidades que a dominavam tivessem domínio sobre outros humanos. Imagine, por exemplo, quando os europeus vieram para as Américas na ânsia de encontrar e saquear ouro e outras riquezas, e ao se depararem com os nativos desta região que conheciam como armas apenas arco e flecha, fizeram uso de suas armas de fogo. Aquele estampido medonho, a expulsão de fumaça, e o arremesso de algumas bolinhas de chumbo ou outro metal capaz de matar outra pessoa. Pense como o nativo os teriam visto naquele momento! Se o trovão que vinha do céu era uma representação simbólica do poder de Tupã, mas que não fazia um estrago tão certeiro e rápido aos irmãos, aquele “trovão” causado por alguém semelhante, também representava o poder, inclusive de matar.
        Para chegarmos a uma compreensão do uso da pólvora, vamos fazer um paralelo dela com as manifestações populares como as que ocorreram no início da segunda quinzena de Abril de 2013 no Brasil. Um estouro enorme se fez com a presença dos estudantes cobrando redução de preço nas passagens do transporte coletivo em São Paulo. A metáfora é algo mais ou menos assim.
        As partes de um cartucho completo são: projétil, estojo, propelente, e espoleta. Cada um tem sua função e serve ao propósito da explosão. O projétil é a parte sólida a ser arremessada. Aqui cada pessoa representa um projétil. O estojo seria a união de todos que estão às ruas pedindo mudanças e fazendo as mudanças. Propelentes são as esperanças, as ideias, as filosofias, as necessidades sociais e individuais, as expectativas de cada pessoa; e, a espoleta é aquele pequeno grupo que está pronto para iniciar o fogo e juntando-se ao projétil causa a explosão no propelente. Basta que a espoleta entre em ignição gerando uma pequena explosão para que a grande explosão ocorra ao ser inflamada. Pois bem, uma vez que essa massa entra em reação, os ânimos se alteram e o resultado pode ir além daquilo que se planejava.
        É uma alquimia inexplicável, inesperada, e poderosa. Ao inflamar a massa que antes parecia sem vida, esse pouco de fermento altera toda a massa e faz com as pessoas saiam às ruas e passem a cobrar dos governantes e demais autoridades uma atitude correta e humanitária para com todos. Quando se percebe que a corrupção é algo que danifica e empobrece o povo, o desenvolvimento se torna reduzido, e a vida fica sem sentido. Mas, uma vez que essa espoleta inicia a explosão, as pessoas passam a crer mais em si e nos seus compatriotas. Aquela massa amorfa passa a ter vida e atitudes.
        Assim, a alquimia da esperança entra em operação e a massa passa a ter vida. Por essa razão, não se deve brincar com elementos explosivos se você ao tem o cuidado adequado para manejar o conteúdo com bastante atenção.





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