Olha
só essa situação! A China é um país ateu. O Brasil é o maior país católico do
planeta. Poderíamos tratar de vários pontos nessa discussão, mas não vamos.
Trataremos de um em uma abordagem tangencial porque eu não disponho de muitos
dados. Por esta razão, vou fazer apenas algumas ilações sobre alguns aspectos. A
Educação será tocada de raspão, e os desportos receberão um toque rápido. Os
índices educacionais dos chineses são muitos melhores que os do Brasil. De
acordo com o PISA, o Brasil leva uma pisa de lascar o cano e por isso está feio
na foto. Em matéria publicada pela Folha de São Paulo, “07/12/2010 – No Pisa
2009, o foco de análise foi a leitura. Nesse ranking, o Brasil obteve 412
pontos - a China, primeira colocada, chegou a 556 pontos.”
Falar
em resultados de Olimpíadas é algo que não podemos ter a prepotência nem de
mencionar. Em várias modalidades eles são superiores a muitos países.
Poderíamos
adentrar mais, entretanto vou me deter. Preciso aqui tratar de outro país: a
Etiópia. Uma nação que fica na África. O Índice de Desenvolvimento Humano da
Etiópia está listado em 173º. É muito baixo. O país não é rico. A renda per
capita é de US$ 1.150.
Do
ponto de vista da religião, a Wikipedia diz o seguinte, "O país também tem
laços históricos próximos com as três maiores religiões abraâmicas do mundo. A
Etiópia foi um dos primeiros países cristãos no mundo, tendo oficialmente
adotado-o como religião do Estado no século IV. O país ainda tem uma maioria
cristã, porém um terço da população é muçulmana."
Na
última Olimpíada Mundial, a Etiópia ficou em melhor posição que o Brasil.
Na
Educação, dados recentes apontam os resultados da Etiópia em Matemática e
Ciências, também, superiores aos do Brasil.
Agora,
pasmem e fiquem com cara de bobo. O Brasil é atualmente a SEXTA economia mais
poderosa do mundo.
O
Brasil vai mandar estudiosos à China para ver o que eles fazem por lá que fazem
seus resultados melhores do que os nossos. Deveriam mandar também à Etiópia
porque eles também são melhores do que nós. Imagino que isso não vai ocorrer.
Talvez
tenha aí um dedo de Marco Feliciano. De acordo com o “nobre” deputado, a África
foi condenada por Noé. Creio que ele deve achar que não é de bom alvitre que se
busque modelos de nação assim.
Bom,
mas quero aqui dá um enfoque diferenciado também. O Brasil é um país com valores
e valorizações diferentes. Aqui analfabeto se elege a cargo político. Bandidos se
tornam legisladores em todas as casas legislativas. Entre outras minúcias que
podemos relacionar.
Pois
bem. Vejamos outra coisa. Estamos ficando sem professores para as áreas importantes
do desenvolvimento da nação. O país não investe corretamente em Ciência e
Tecnologia. Cria inúmeros institutos para a formação de técnicos e tecnólogos. O
investimento que deveria ser feito de forma incisiva ocorre em se mandando
milhares de brasileiros para estudar em outros países. O salário do docente
brasileiro não é um atrativo.
Apenas
para fazermos uma pequena comparação, vejamos esses dados. Um professor com licenciatura
no Estado do Acre não ganha R$ 2000. Um professor com graduação na universidade
federal brasileira não ganha R$ 3.000 (três mil reais). Dedicação exclusiva é
apenas um engodo contratual. O sujeito precisa, mas precisa mesmo, trabalha em
outro emprego. Para chegar a R$ 5.000, tem que ter mestrado. Para ultrapassar
esse valor, carece ter doutorado. Mesmo que seja em “excrementos de anelídeos endovulcânicos”.
E assim a Ciência se desfaz. De acordo com os políticos e burocratas, o Brasil
precisa apenas de técnicos. Por isso: tome IFACs.
O
outro lado da moeda é o seguinte: o Brasil, pelo menos na área federal, preza
demais a visão policialesca. Somos uma nação com uma vocação policial. Não que não
devamos. Devemos sim. Temos muitos casos precisando de investigação e solução.
Mas,
considere estes pontos: Policial Rodoviário Federal precisa ter apenas graduação
para ter um salário superior ao de um professor com mestrado na universidade
brasileira. Talvez vá além dos R$ 7000. O agente de polícia federal necessita ser
graduado para ganhar muito mais que um professor com doutorado na universidade
federal brasileira. Creio que supera os R$ 9000. Os policiais merecem tal salário?
Claro! Eles são qualificados e merecem ter bons salários. Mas, e os
professores?! Por que não podem ter bons salários, inclusive superiores aos
graduados das polícias? Será que Fernando Henrique Cardoso estava certo quando
em uma das greves dos professores universitários disse que “quem não sabe fazer
outra coisa vai ser professor.” Isso está gravado em algum lugar.
E
pergunta que fica no ar é: se você, cidadão brasileiro, que tem família e necessidades
biológicas, sociais, familiares, entre outras coisas, tivesse a possibilidade
de escolher entre ter um salário de policial federal ou de professor que mesmo
depois de VINTE anos de docência tem a indecência de um salário de menos de R$
5.000 (cinco mil)? Você iria ser o quê? Professor ou policial?
É
claro que a China tem muito a nos ensinar. A Etiópia é outra nação que também tem
muito a nos ensinar. Na China, político bandido é morto. No Brasil, político bandido
é aclamado como “deus”. Deve haver muita coisa errada nesse país chamado
Brasil. Roger Bastide pode ser um nome a ser lido para nos compreendermos.
Um
país que paga melhores salários a todas as outras funções, e que não paga salários
condizentes aos professores, fará duas coisas: primeiro, afastará os
profissionais da Educação para outras carreiras; e segundo, se tornará servil
às outras nações que investem corretamente em Ciência e Tecnologia. Não parece
ser o caso do Brasil?! Ou será?!
Mas veja o que deu na VEJA!
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