A Expansão
da Presunção.
Tudo que é tudo é, ao mesmo tempo,
nada!
Às vezes, eu fico me perguntando, como
algo que não era ou existia, até pouco tempo, passa a ser e torna-se potência e
origem de outro ser.
Pode-se dizer que, em Física, potência
é a grandeza que determina a quantidade de energia liberada por uma fonte a
cada unidade de tempo. Em outros termos, potência é a velocidade com a que certa
quantidade de energia sofre transformação.
Ainda me lembro das aulas de Filosofia
do saudoso Prof. Macedinho, citando que Aristóteles tratava disso dizendo que,
uma semente é uma árvore em potência; consequentemente, uma árvore é um celeiro
de semente em potência.
Há coisas que o homem levou pouco tempo
para entender; há outras que levaram um longo prazo; e, talvez, haja aquelas
que ele jamais conseguirá entender.
Procurar abrigo para se proteger de
outros animais era algo instintivo e que o homem teve que aprender com muita
velocidade. Perceber que a Terra não era o centro do universo; nem mesmo da do
sistema solar em que estamos. Isso também se aplica à Via Láctea. Levou-se um
longo tempo e Galileu Galilei teve um papel fundamental nessa empreitada.
Edwin Hubble descobriu em seus estudos
que as galáxias estão se afastando em uma velocidade semelhante à da luz. Com base
nessa informação, Stephen Hawking trata em “Uma breve história do tempo” do que
se convencionou chamar de “big bang”, a grande explosão. Isso poderia ter outra
denominação: a grande expansão.
Pegando a
tese de Hubble, que o universo está se expandindo velozmente, os astrônomos chegaram
à seguinte conclusão. Se o universo está se expandindo, podemos imaginar que o
mesmo conjunto corpos cósmicos ao retroceder chegaria a um ponto singular, de
modo que a grande expansão permitiria essa compreensão.
Essa reflexão é permitida pelo processo
científico como trata Karl Popper. Indução e dedução. Bem, se algo está de um
determinado tamanho hoje, bem maior do que ontem, e anteontem, é provável que
amanhã esteja maior do que nos dias anteriores.
Uma vez que o universo se expande com
bastante velocidade, e se percebe isso depois de várias experiências dentro de
um intervalo de tempo, podemos deduzir que esteve menor em momentos anteriores
e que estará maior em momentos posteriores. Deduz-se que essa redução chega à
singularidade de um único ponto; deduz-se também que vai chegar um momento de
uma grande ruptura cósmica. Indução e dedução funcionando cientificamente.
Eis aí a base do “Discurso do método”
de René Descartes. O maior problema é que a grande maioria das pessoas se confunde
e acha que os processos acima são menores do que aquilo que eles comumente
defendem e que se chama “presunção”.
Talvez esse seja o maior erro: sermos
presunçosos. E creio que o nosso maior desconforto é sermos pequenos, na
verdade, insignificantes diante da vastidão do Cosmos. Somos mortais, e temos
uma vida muito pequena.
Quando a enorme maioria perdeu aquela
aula ciências e não chega a compreender a diferença entre translação e rotação,
estamos perdidos e sem rumo.
Por essa razão, o escopo que abarca os
humanos, que vai desde a ignorância dos termos acima até a compreensão do
funcionamento de um átomo, faz com que sejamos seres primitivos e superiores.
O amor ao conhecimento tornaria o homem
mais capaz de amar e entender a si e aos outros.
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