quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A Expansão da Presunção.

A Expansão da Presunção.

         Tudo que é tudo é, ao mesmo tempo, nada!
         Às vezes, eu fico me perguntando, como algo que não era ou existia, até pouco tempo, passa a ser e torna-se potência e origem de outro ser.
         Pode-se dizer que, em Física, potência é a grandeza que determina a quantidade de energia liberada por uma fonte a cada unidade de tempo. Em outros termos, potência é a velocidade com a que certa quantidade de energia sofre transformação.
         Ainda me lembro das aulas de Filosofia do saudoso Prof. Macedinho, citando que Aristóteles tratava disso dizendo que, uma semente é uma árvore em potência; consequentemente, uma árvore é um celeiro de semente em potência.
         Há coisas que o homem levou pouco tempo para entender; há outras que levaram um longo prazo; e, talvez, haja aquelas que ele jamais conseguirá entender.
         Procurar abrigo para se proteger de outros animais era algo instintivo e que o homem teve que aprender com muita velocidade. Perceber que a Terra não era o centro do universo; nem mesmo da do sistema solar em que estamos. Isso também se aplica à Via Láctea. Levou-se um longo tempo e Galileu Galilei teve um papel fundamental nessa empreitada.
         Edwin Hubble descobriu em seus estudos que as galáxias estão se afastando em uma velocidade semelhante à da luz. Com base nessa informação, Stephen Hawking trata em “Uma breve história do tempo” do que se convencionou chamar de “big bang”, a grande explosão. Isso poderia ter outra denominação: a grande expansão.
Pegando a tese de Hubble, que o universo está se expandindo velozmente, os astrônomos chegaram à seguinte conclusão. Se o universo está se expandindo, podemos imaginar que o mesmo conjunto corpos cósmicos ao retroceder chegaria a um ponto singular, de modo que a grande expansão permitiria essa compreensão.
         Essa reflexão é permitida pelo processo científico como trata Karl Popper. Indução e dedução. Bem, se algo está de um determinado tamanho hoje, bem maior do que ontem, e anteontem, é provável que amanhã esteja maior do que nos dias anteriores.
         Uma vez que o universo se expande com bastante velocidade, e se percebe isso depois de várias experiências dentro de um intervalo de tempo, podemos deduzir que esteve menor em momentos anteriores e que estará maior em momentos posteriores. Deduz-se que essa redução chega à singularidade de um único ponto; deduz-se também que vai chegar um momento de uma grande ruptura cósmica. Indução e dedução funcionando cientificamente.
         Eis aí a base do “Discurso do método” de René Descartes. O maior problema é que a grande maioria das pessoas se confunde e acha que os processos acima são menores do que aquilo que eles comumente defendem e que se chama “presunção”.
         Talvez esse seja o maior erro: sermos presunçosos. E creio que o nosso maior desconforto é sermos pequenos, na verdade, insignificantes diante da vastidão do Cosmos. Somos mortais, e temos uma vida muito pequena.
         Quando a enorme maioria perdeu aquela aula ciências e não chega a compreender a diferença entre translação e rotação, estamos perdidos e sem rumo.
         Por essa razão, o escopo que abarca os humanos, que vai desde a ignorância dos termos acima até a compreensão do funcionamento de um átomo, faz com que sejamos seres primitivos e superiores.
         O amor ao conhecimento tornaria o homem mais capaz de amar e entender a si e aos outros.



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