Pirâmides e
Jogos de Azar – uma proposta parcial.
Olha só uma coisa! Eu
acredito que tem muita gente igual a mim que pensa que ganhar dinheiro deveria
ocorrer de forma honesta, ou em certos casos, através da sorte! Mas, essa tão
oculta sorte, nem sempre vem pra todos.
O Ministério Público detonou
a Telexfria, o BBão, e outros mais. Agora foi a vez do Acrecap, que a meu ver,
demorou foi muito. Desde que cheguei a Rio Branco que vejo essa Patifaria
Total. Bingão aqui, binguinho acolá. Nos anos 90 houve uma pirâmide menos
organizada que essas que caíram; e assim se sucedeu com uma penca de outras
bandidagens.
Apenas os jogos de azar
explorados pela CEF e pelo Grupo SS ainda não tombaram. O primeiro tem a
chancela oficial do Estado, e o segundo usa parte dessa autorização para
efetuar os sorteios. Nessa brincadeira o dinheiro do pobre some.
Os prêmios pequenos que o
povo não busca nas lotéricas totalizam milhões em Reais. Mais uma vez, a CEF
encaixa dinheiro fácil quando não dá alternativa ao ganhador casual.
Uma solução para essa
situação poderia ser assim. Se cada jogo nas loterias da Caixa fosse atrelado ao
número de CPF do apostador ou alguma identificação do bolão, a pessoa que
acertasse alguns números e ganhasse algum valor em moeda corrente teria aquele
montante associado ao seu nome e documento para resgatar aquele valor ou a
somatória de todos os prêmios associados à sua identificação. Esse fato traria
benefícios seguros e satisfatórios ao eventual sorteado ou ganhador freqüente.
Ele poderia verificar junto à CEF se haveria algum valor incluído no seu CPF e
poderia sacar a qualquer momento que quisesse. Outro benefício que isso traria
é que esta quantidade de dinheiro inserida no seu registro jamais expiraria e
seria sempre sua, ou de seus dependentes em caso de morte.
Seria semelhante ao seguinte
evento. O cidadão vai à CEF, abre uma conta de poupança, deposita seus trocados
lá, e deixa por lá. Aquele valor vai estar sempre ligado ao seu registro. A qualquer
momento que ele quiser, ele poderá sacar o montante que ele desejar, que esteja
naturalmente depositado em seu nome. Seu dinheiro nunca expirará. Pode até
perder por conta da inflação, mas continua seu. E o melhor é que aquele
depósito estará rendendo.
O cidadão poderia escolher
manter seu dinheiro em casa. Qualquer que fosse a quantia, ela seria sua. Perderia
com a inflação também, mas não expiraria em 90 dias como os jogos da CEF.
Isso daria ao cidadão a
possibilidade de, naqueles momentos mais cruéis que ele se encontra sem um
trocado, fazer uma busca junto à CEF e, de repente, descobrir que há alguma grana
pra ele por as mãos.
Apenas uma maneira de fazer
com que o azar ao fosse tão cruel.
Considere, por exemplo, a hipotética
situação: você fez um jogo com as atuais regras. Por algumas lascas do destino você
ganhou um bom prêmio em dinheiro. Mas, você perdeu o seu comprovante numa tentativa
de roubo, numa alagação, ou em alguma outra trágica eventualidade. Como provar
que aquele jogo que alguém ganhou era o seu? Mesmo que o destino tivesse
realmente sido cruel com você a este ponto, se o seu CPF estivesse registrado
naquele comprovante, você obrigatoriamente teria acesso ao montante sorteado. Sem
esse comprovante, na atualidade você não ganha. Mesmo que você achasse
posteriormente o comprovante e isso tivesse levado mais de 90 dias, pelos
termos atuais da CEF, você perderia. Seria um conjunto de golpes mortais do destino
e do Estado, na moleira do cidadão.
Esse dinheiro fácil que a CEF
embolsa deixa de ser do cidadão e se espalha pelos programas sociais em que há uma
quantidade enorme de falcatruas e companhias ilimitadas. Corrupções e bolsa pra
tudo que é coisas levariam a grana. O cidadão, que pudesse ser beneficiado com
um pouco de sorte e ajuda do sistema de informação computadorizada, é mais uma
vez penalizado sem que haja uma preocupação do legislador, do gestor, tão pouco
do observador da justiça.
Espero que a CEF tome uma
atitude de implantar esses recursos para beneficiar os cidadãos e que seja
breve. Caso ela não mostre interesse, que algum legislador tome as dores e
apresente uma lei para implantar esse serviço em benefício do cidadão.
Para o cidadão de bem, esse não
é um dinheiro fácil para ele, apenas para a CEF; mas, não é tão difícil de ser
apanhado se houver o uso do sistema informatizado para lhe ajudar.
Sabendo que há dias em que não
temos um trocado para comprar o pão, com essa possibilidade, não haveria a
necessidade de sermos também penalizados por esta pirâmide de azar mantida pela
Caixa com seus jogos e que é gerenciada pelo Estado.
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