sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Pirâmides e Jogos de Azar – uma proposta parcial.

Pirâmides e Jogos de Azar – uma proposta parcial.

       Olha só uma coisa! Eu acredito que tem muita gente igual a mim que pensa que ganhar dinheiro deveria ocorrer de forma honesta, ou em certos casos, através da sorte! Mas, essa tão oculta sorte, nem sempre vem pra todos.
       O Ministério Público detonou a Telexfria, o BBão, e outros mais. Agora foi a vez do Acrecap, que a meu ver, demorou foi muito. Desde que cheguei a Rio Branco que vejo essa Patifaria Total. Bingão aqui, binguinho acolá. Nos anos 90 houve uma pirâmide menos organizada que essas que caíram; e assim se sucedeu com uma penca de outras bandidagens.
       Apenas os jogos de azar explorados pela CEF e pelo Grupo SS ainda não tombaram. O primeiro tem a chancela oficial do Estado, e o segundo usa parte dessa autorização para efetuar os sorteios. Nessa brincadeira o dinheiro do pobre some.
       Os prêmios pequenos que o povo não busca nas lotéricas totalizam milhões em Reais. Mais uma vez, a CEF encaixa dinheiro fácil quando não dá alternativa ao ganhador casual.
       Uma solução para essa situação poderia ser assim. Se cada jogo nas loterias da Caixa fosse atrelado ao número de CPF do apostador ou alguma identificação do bolão, a pessoa que acertasse alguns números e ganhasse algum valor em moeda corrente teria aquele montante associado ao seu nome e documento para resgatar aquele valor ou a somatória de todos os prêmios associados à sua identificação. Esse fato traria benefícios seguros e satisfatórios ao eventual sorteado ou ganhador freqüente. Ele poderia verificar junto à CEF se haveria algum valor incluído no seu CPF e poderia sacar a qualquer momento que quisesse. Outro benefício que isso traria é que esta quantidade de dinheiro inserida no seu registro jamais expiraria e seria sempre sua, ou de seus dependentes em caso de morte.
       Seria semelhante ao seguinte evento. O cidadão vai à CEF, abre uma conta de poupança, deposita seus trocados lá, e deixa por lá. Aquele valor vai estar sempre ligado ao seu registro. A qualquer momento que ele quiser, ele poderá sacar o montante que ele desejar, que esteja naturalmente depositado em seu nome. Seu dinheiro nunca expirará. Pode até perder por conta da inflação, mas continua seu. E o melhor é que aquele depósito estará rendendo.
       O cidadão poderia escolher manter seu dinheiro em casa. Qualquer que fosse a quantia, ela seria sua. Perderia com a inflação também, mas não expiraria em 90 dias como os jogos da CEF.
       Isso daria ao cidadão a possibilidade de, naqueles momentos mais cruéis que ele se encontra sem um trocado, fazer uma busca junto à CEF e, de repente, descobrir que há alguma grana pra ele por as mãos.
       Apenas uma maneira de fazer com que o azar ao fosse tão cruel.
       Considere, por exemplo, a hipotética situação: você fez um jogo com as atuais regras. Por algumas lascas do destino você ganhou um bom prêmio em dinheiro. Mas, você perdeu o seu comprovante numa tentativa de roubo, numa alagação, ou em alguma outra trágica eventualidade. Como provar que aquele jogo que alguém ganhou era o seu? Mesmo que o destino tivesse realmente sido cruel com você a este ponto, se o seu CPF estivesse registrado naquele comprovante, você obrigatoriamente teria acesso ao montante sorteado. Sem esse comprovante, na atualidade você não ganha. Mesmo que você achasse posteriormente o comprovante e isso tivesse levado mais de 90 dias, pelos termos atuais da CEF, você perderia. Seria um conjunto de golpes mortais do destino e do Estado, na moleira do cidadão.
       Esse dinheiro fácil que a CEF embolsa deixa de ser do cidadão e se espalha pelos programas sociais em que há uma quantidade enorme de falcatruas e companhias ilimitadas. Corrupções e bolsa pra tudo que é coisas levariam a grana. O cidadão, que pudesse ser beneficiado com um pouco de sorte e ajuda do sistema de informação computadorizada, é mais uma vez penalizado sem que haja uma preocupação do legislador, do gestor, tão pouco do observador da justiça.
       Espero que a CEF tome uma atitude de implantar esses recursos para beneficiar os cidadãos e que seja breve. Caso ela não mostre interesse, que algum legislador tome as dores e apresente uma lei para implantar esse serviço em benefício do cidadão.
       Para o cidadão de bem, esse não é um dinheiro fácil para ele, apenas para a CEF; mas, não é tão difícil de ser apanhado se houver o uso do sistema informatizado para lhe ajudar.
       Sabendo que há dias em que não temos um trocado para comprar o pão, com essa possibilidade, não haveria a necessidade de sermos também penalizados por esta pirâmide de azar mantida pela Caixa com seus jogos e que é gerenciada pelo Estado.



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