Mi(ni)stérios da Justiça e da Conveniência
O Código de Hamurabi é bem
antigo. Uma coletânea de regras que ainda servem para dar o ordenamento
jurídico em algumas nações. Uma das principais frases que se conhece na cultura
mundial vem exatamente desse corpo de leis: “dente por dente; olho por olho”.
Eu defendo a tese de que se
o sujeito mata apenas para roubar ou simplesmente pelo prazer de matar, ele
deve pagar com a própria vida pelo crime que causou a morte de alguém.
Dois exemplos emblemáticos
da nossa cultura brasileira são de duas cidades diferentes, mas que tiveram um
impacto social enorme. O nativo Galdino que fora assassinado por delinquentes
riquinhos de Brasília, e da jovem dentista que só tinha trinta reais na conta bancária
para dar aos bandidos. A morte de ambos ocorreu sem a possibilidade de defesa; ambos
foram queimados. O que dizer de uma situação bárbara como cada uma dessas?
Há quem realmente queira
defender esse tipo de gente?
Jesus de Nazaré discordava
que devêssemos aplicar a regra de Hamurabi. Mahatma Gândi dizia que NÃO
deveríamos aceitar tal ordenamento. Ele professava que se aplicássemos a ordem
de “dente por dente, e olho por olho”, certamente o mundo ficaria cheio de
cegos e banguelas.
Se nós temos um dente que
dói bastante, a solução para acabar com a dor é arrancá-lo. Se nossos olhos
estão sendo usados para causar o mal a outras pessoas, eles devem ser retirados
para que os outros não sofram por nossa culpa.
Mas isso não é possível em
nossa cultura.
Qualquer recurso que sirva
para causar o mal à outra pessoa deveria ser banido. Uma vez que assim ocorre,
não se permite a alguém a chance de fazer algo ruim novamente contra outrem.
O Marquês de Maricá, em suas
Máximas, dizia que “dor de dentes e maus hábitos não se acabam ser dores”. Os
políticos brasileiros são os dentes podres.
Leo Jaime é um artista
brasileiro da música popular da década de 80. Uma canção de sua autoria declara
que “o crime compensa, e recompensa”. Traz trechos memoráveis como, “bom é ser
eleito sem se ser votado”, “todo palavrão qualquer criança sabe de cor”, “o
mundo é dos espertos, não tenha dó”, porque “o crime compensa, e recompensa”.
Parece que isso é realmente verdadeiro aqui no Brasil.
O índio Galdino está
definitivamente morto e, talvez, enterrado. A dentista de São Paulo está morta
e enterrada, sem dúvidas.
Afanásio Jardim defende o
seguinte: “Bandido bom é bandido morto”. Eu quero dizer que eu também concordo
e acrescento. “Bandido bom é bandido morto e, no mínimo, enterrado.”
Cadê a Justiça? Por que será
que ela está sempre com a venda sobre os olhos? Por que não se aplica a pena de
morte a pessoas como os matadores da dentista? Como os matadores do nativo
Galdino? Não se aplica a Suzane Hischtoffen? Uns humanoides como eles não
deveriam receber o direito ficarem vivos. Eles não têm mais possibilidade de
serem curados.
Não seria bom perdermos
tempos e mantermos em prisões nem cegos, nem banguelas. Esses delinquentes não
têm cura. Como resolver esses mistérios? Isso não ocorre e as famílias ficam à
mercê da bandidagem e da falta de um código de vergonha que realmente puna o
bandido. Um Estado fraco e corrupto não pode dar aos seus cidadãos as garantias
constitucionais. À medida que isso não acontece, Leo Jaime está correto: o
crime compensa, e recompensa.
Acho que esses “beatos” que
assassinaram o nativo, a dentista, os próprios pais, deveriam receber a punição
determinada por Afanásio. Eles são bandidos e por essa razão deveriam pagar com
a própria vida.
Os mistérios da justiça
parecem inalcançáveis aos não iniciados. Os delinquentes geralmente vestem
roupas chiques com os bolsos e as cuecas abarrotadas de dinheiro. Usam carros
importados caríssimos.
Como solucionar esse
corolário de problemas?
O Ministério Público
protocola um pedido de justiça a Justiça, e esta, sem querer ver a justiça
sendo corretamente feita, protela. Os bandidos usam todos os recursos possíveis
para não serem condenados, e ganham.
Os magistrados do STF ainda
dão aos bandidos o direito a pedir revisão de pena com o recurso de nome bonito
como “embargos infringentes”. Ou seja, depois de uma condenação que chega ao
último grau de recurso, com uma verborragia interessantemente batizada de “transitado
em julgado”, o STF dá ao bandido o direito a ter a pena revisada e, talvez, até
ter o julgamento anterior anulado. Uma nova jurisprudência surge no ordenamento
legal brasileiro. O Estado dando garantias aos bandidos que, compensa e
recompensa ser ilícito, imoral, aético, desonesto, e desumano.
Pode um negócio destes?
Gostaria de solicitar à
Organização dos Estados Americanos que peça aos membros do STF para rever essa
votação que alicerça a corrupção e o descumprimento do que, minimamente, se
espera que seja lícito, legal, e honesto.
Caso o solicitação da OEA
não seja respondida ordeiramente, podemos passar para outro estágio.
Poderíamos pedir à CIA, ao
FBI, e à NSA que divulguem alguma sobre essas transações do mensalão.
Inclusive, se essa infame votação dos magistrados está viciada também.
Posto que houve uma
condenação, e a maldita da condenação não teve valor algum, uma grande dúvida
fica no ar. Será que os membros do mensalão corromperam os togados do STF? Em
caso positivo: quanto terá sido pago aos que permitiram essa façanha jurídica?
Em tendo sido negativo, por que esses senhores e senhoras da lei deixaram que
se chegasse a esse famigerado resultado?
A nova ordem é que se alguém
fez as maiores barbaridades, bem, essa pessoa não precisa se preocupar, mesmo
sendo uma grande delinquente, ela estará claramente com maior certeza de sua
impunidade e que também será inocentada. A jurisprudência gerada para salvar os
bandidos do mensalão poderá ser usada para livrar qualquer um das garras da
prisão. Bom, mas precisa ter muito dinheiro. Assim como os membros do
abominável mensalão.
Vou ser um pouco repetitivo,
mas por uma boa causa. E eu fico a me perguntar!
Será que houve algum custo
pagamento para o resultado a que se chegou nessa votação? Por que se inovou com
um recurso para salvar quem já não tem mais cura também? Por que a pessoa que
rouba um pote de margarina vai para a prisão e o sujeito que rouba milhões de
Reais não vai?
Alguém poderia me dizer
alguma coisa?
Será que há uma explicação
plausível para essa conveniência? Por que tanto mistério diante dessas verdades
inconvenientes? Quanto você roubou? Será que haverá um preço para essa
liberdade? Diga quantos milhões de Reais – ou em Dólar, agora, vale a pena ter
– você tem e direi se você tem direito a embargos infringentes ou não!
O menor vestígio de culpa
não deve, em hipótese alguma, ser usado para condenar alguém. Mas, a evidente e
indelével explicitação de culpa jamais deveria ser usada para condenar a
vítima, ou grosseiramente para inocentar o bandido. Se isso for permitido,
estaremos desperdiçando toda história humana e a busca por igualdade,
fraternidade, liberdade, e humanidade.
Que os homens sejam corretos
na prática do bem e do que bom para todos.
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